
A carne que come a carne
A carne que devora a alma
A alma que me tira do chão
A mão que no chão me acalma...
E ainda que jure não ficar, ou ame só por amar
e mesmo que o teu reflexo num espelho não combine com o meu andar
Eu prometo que não juro
e se não juro eu vou ficar
Fico por uma voz que agrada
Fico sem nunca te escutar
E se por vezes a melodia é doce
Nem sempre a palavra é de guardar
Não são os gestos que prendem
Tão pouco a nobreza da lição
É apenas uma vontade
Pelo prazer de comer carne
Sem uma objectiva razão
Mas se a alma passa fome
De que se alimenta então?
Não é da carne que come
Não é da luxúria, um pecado mortal
Talvez de uma carne faminta
de uma outra carne igual
Profana
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