Nunca é...
São as coisas que sonhamos, mas o tempo não tem sol...
São as pessoas certas, mas as palavras erradas...
A vida não é o filme perfeito onde até as lágrimas fazem sentido...
E neste mundo tudo é tão grotescamente real...
Os inícios trazem o vislumbre frágil e fugaz, do sonho...
uma micro-metragem de um tal... um filme perfeito...
São sonhos sim... sonhos dos quais acordamos sem nunca termos estado a dormir..
Nunca é o que queremos, como queremos...
e a solução?
Ficar?
Aceitar por menos os que nos dão e à noite no escuro sonhar com o que intimamente desejamos?
Partir?
Viver uma vida de procura incessante que reenicia a cada fim de filme?
A vida foi feita para se viver... e tão breve... passa por nós num suspiro trémulo...
O palpável apraz, o material dá gozo... mas não sacia a fome da alma...
E quando paramos e olhamos em volta nunca chegamos a viver de facto...
Eu sou da emoção... do toque ao de leve que provoca o arrepio de mil prazeres...
Eu sou do pormenor... da mais infima e pequena coisa, que me faz sorrir e lembrar como é bom respirar...
Se é certo que sem o terreno e mundano não podemos sobreviver... se essa é uma certeza, porque não alimentarmos o outro lado de cada um de nós?
Aquele que dá trabalho sem ordenado, sem patrão e a única compensação é a certeza de estarmos VIVOS!
Não entendo o mundo como é...
Prefiro acreditar no meu... naquele que criei, e onde sou feliz...
No outro sou uma mera sombra, viajo por entre as suas ruas, tão somente porque necessito de manter o meu corpo físico ...
Na minha alma eu estou segura ...
Profana
Aconteceu-me um poema
Há 2 semanas